27 março 2011

Via Matris


136. Como Cristo e Nossa Senhora das Dores foram associados no plano salvífico de Deus (Lc 2, 34-35), também foram associados na liturgia e piedade popular.

Assim como Cristo foi o "homem das dores" (Is 53, 3) pelo qual obedeceu à Deus para "reconciliar todas as coisas por meio d'Ele e para Ele, no céu e tudo na terra, tendo feito a paz com a sua morte na cruz "(Col 1, 20), assim também, Maria é " a mulher das dores " à quem Deus associou à seu Filho, como mãe e participante de Sua Paixão (socia passionis).

Desde a infância de Cristo, a vida da Virgem Maria foi inteiramente vivida sob o sinal da espada (cf. Lc 2, 35). A piedade cristã tem apontado sete incidentes particulares de tristeza em sua vida, conhecido como as "sete dores" da Virgem Maria.

Modelada sobre a Via Crucis, o piedoso exercício da Via Matris dolorosae, ou simplesmente a Via Matris foi desenvolvido e posteriormente aprovado pela Sé Apostólica (140). Este exercício piedoso já existia de forma embrionária, desde o século XVI, enquanto a sua forma atual vem do século XIX. O propósito fundamental é uma reflexão sobre a vida de Nossa Senhora da profecia de Simeão (cf. Lc 2, 34-35) até a morte e sepultamento de seu Filho, expressão de uma caminhada de fé e tristeza: este percurso é realizado em sete "estações" correspondente as "Sete Dores" da Mãe de Nosso Salvador.

137. Este exercício piedoso harmoniza bem com certos temas que são próprias do tempo quaresmal. Já que as dores de Nossa Senhora são causadas pela rejeição de seu Filho (cf. Jo 1,11; Lc 2, 1-7, 2, 34-35; 4, 28-29; Mt 26, 47-56; Atos 12 , 05/01), a Via Matris constantemente e necessariamente se refere ao mistério de Cristo como servo sofredor (cf. Is 52, 13-53, 12). Também se refere ao mistério da Igreja: as estações da Via Matris são etapas no caminho de fé e tristeza em que a Virgem Maria precedeu a Igreja e em que a Igreja caminha até o fim dos tempos.

A maior expressão da Via Matris é a Pietà, que tem sido uma fonte inesgotável de inspiração para a arte cristã desde a Idade Média.
 
 





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In Christo Rege!

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