13 julho 2010

Santa Teresa (de Jesus) dos Andes


A jovem que a Igreja glorificou com o titulo de Santa, é para a humanidade, prova indiscutível de que a chamada de Cristo à santidade é atual, possível e verdadeira. Ela ergue-se diante de nós para demonstrar que a radicalidade do seguimento de Cristo é o único que vale a pena e que é capaz de fazer-nos felizes.

Nasceu em Santiago do Chile a 13 de Julho de 1900. No Batismo foi-lhe dado o nome de Joana Henriqueta Josefina dos Sagrados Corações Fernández Solar. Familiarmente era conhecida, e ainda é, pelo nome de Juanita.

Viveu uma infância normal no seio da família: os pais, Miguel Fernández e Lucia Solar; três irmãos e duas irmãs; o avô materno, tios, tias e primos.A família gozava de boa posição econômica e guardava fielmente a fé cristã que vivia com sinceridade e constância.

Joana recebeu a sua formação escolar no colégio das Irmãs francesas do Sagrado Coração. Uma curta e intensa história passada entre a família e o colégio. Aos catorze anos, movida por Deus, decidiu consagrar-se a Ele como carmelita descalça.

Este seu desejo veio a realizar-se a 7 de Maio de 1919, quando entrou no pequeno mosteiro do Espírito Santo no povoado de Los Andes.Vestiu o hábito de carmelita no dia 14 de Outubro desse mesmo ano, iniciando assim o noviciado com o nome de Teresa de Jesus.

Tinha intuído que morreria jovem. Melhor, o Senhor tinha-lhe revelado, como comunicou ao confessor um mês antes da sua partida para Ele.Assumiu este anúncio com alegria, serenidade e confiança, certa de que na eternidade continuaria a sua missão de fazer as pessoas conhecerem e amarem a Deus.

Após muitas tribulações interiores e padecimentos fisicos causados por um violento ataque de tifo que lhe consumiu a vida, passou deste mundo para o Pai no entardecer do dia 12 de Abril de 1920. Tinha recebido com sumo fervor os santos sacramentos da Igreja e no dia 7 de Abril fez a profissão religiosa em artigo de morte. Faltavam-lhe ainda três meses para completar os 20 anos de idade e 6 meses para terminar o noviciado canônico e poder emitir juridicamente os votos religiosos. Morreu, portanto, sendo noviça carmelita descalça.

A trajetória desta jovem chilena de Santiago, desperta em nós uma grande interrogação: Mas o que fez ela de importante? Para tal pergunta, uma resposta desconcertante: viveu, acreditou e amou.

Ela abriu-se à vida da graça desde muito cedo. E ela mesma que nos assegura que aos 6 anos, movida pelo Senhor, conseguiu centrar Nele toda a riqueza da sua afetividade. "Quando se deu o terremoto de 1906, pouco depois, Jesus começou a apoderar-se do meu coração" (Diario, n. 3, p. 26). Juanita aliava uma enorme capacidade de amar e de ser amada a uma extraordinária inteligência. Deus a fez experimentar a sua presença, cativou-a e a fez totalmente Dele, unindo-a ao sacrifício da cruz. Conhecendo-O ela amou-O e amando-O ela entregou-se radicalmente a Ele.

Tinha compreendido, já desde pequena, que o amor se mostra mais com obras do que com palavras. Por isso traduziu-o em todos os atos da própria vida, desde a sua motivação mais profunda. Olhou-se a si mesma de frente com olhos sinceros e sábios e compreendeu que, para ser de Deus, era necessário morrer para si mesma e para tudo o que não fosse Ele.

Por natureza era totalmente adversa às exigências do Evangelho: orgulhosa, egoísta, teimosa, com todos os defeitos que isto supõe. Como nos acontece a todos. Mas o que ela fez de diferente foi não esmorecer nunca na luta  contra todo o impulso não nascido do amor.

A Eucaristia a motivava. Compreendeu que era Deus que ia morar dentro dela; e isso fê-la empenhar todo o esforço em ornar-se das virtudes que a fizessem menos indigna desta graça e conseguiu, em pouquíssimo tempo, transformar por completo o seu caráter.

Na celebração deste Sacramento recebeu de Deus graças místicas de falas interiores que persistiram ao longo de toda a vida. Desde então, a inclinação natural para Deus transformou-se nela em amizade, em vida de oração.

Com abundante graça de Deus e a generosidade de uma jovem apaixonada, entregou-se à oração, à aquisição das virtudes e à prática da vida segundo o Evangelho, de tal modo que em breves anos foi elevada a alto grau de união com Deus.

Cristo foi o seu único ideal. Enamorou-se Dele e foi consequente até crucificar-se em cada momento por Ele. Invadiu-a O amor esponsal e, por isso, o desejo de unir-se plenamente a Quem a havia cativado. Assim, aos 15 anos fez voto de virgindade, que renovou continuamente.

A santidade da sua vida resplandeceu nos atos ordinários de cada dia em qualquer ambiente onde viveu: a família, o colégio, as amigas, os vizinhos com quem passava parte das suas férias e a quem, com zelo apostólico, catequizou e ajudou. Ou seja, não fez nada de especial, somente aceitou tudo por amor a Deus.

Sendo jovem igual a todas as suas amigas. Tomaram-na por modelo, apoio e conselheira. Juanita sofreu e gozou intensamente em Deus as penas e alegrias comuns a todas as pessoas. Jovial, alegre, simpática, atraente, desportista, comunicativa. Adolescente ainda, alcançou perfeito equilíbrio psicológico e espiritual, como fruto de oração. A serenidade do seu rosto era o reflexo do Deus que nela vivia.

A sua vida no convento, de 7 de Maio de 1919 até à morte, foi o último degrau da sua ascensão ao cume da santidade. Nada mais que onze meses bastaram para consumar uma vida totalmente cristificada.

Bem depressa a Comunidade descobriu nela a passagem de Deus na sua própria história. No estilo de vida carmelitano-teresiano, a jovem encontrou plenamente o espaço por onde derramar, com a maior eficácia, a torrente de vida que ela queria oferecer à Igreja de Cristo. A Ordem da Virgem Maria do Monte Carmelo culminou os desejos de Juanita ao comprovar que a Mãe de Deus, a quem amou desde pequena, a tinha atraído para pertencer-lhe.

Santa Teresa de Jesus dos Andres é a primeira Santa chilena, a primeira Santa carmelita descalça além das fronteiras da Europa e a quarta Santa Teresa do Carmelo, depois das Santas Teresas de Avila, de Florença e de Lisieux.Os seus restos são venerados no Santuário de Auco-Rinconada dos Andes.

****************
Receita de um prato típico de Santiago do Chile para celebrar seu dia:  Charquikán.

Ingredientes:
6 batatas médias, sem casca, cortadas em quatro
1 cenoura em cubinhos
300 g de abóbora em cubinhos
200 g de vagem picada
1 lata de ervilhas
1 lata de milho verde
1 cebola picada
1 dente de alho picado
4 colheres de sopa de salsa picada
4 colheres de azeite
250 g de carne moída
sal e pimenta negra

Preparo:
Cozinhar os vegetais (deixando a ervilha e o milho para o final).
Em uma outra panela, doure a cebola e acrescente a carne moída e a salsa.
Refogada a carne, misture com os vegetais cozidos, cubra com água e deixe no fogo baixinho até que a água seque, mexendo sempre.


 
Santa Teresa do Andes, Ora pro nobis

Nenhum comentário:

Postar um comentário

+Seu comentário será publicado após aprovação.
In Christo Rege!

Você poderá gostar:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Pin It button on image hover